sexta-feira, 31 de agosto de 2012

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Não me canso de reler este texto do Pedro Chagas Freitas. Faz-me sentido.

" Ama como se fosse para sempre. E quando se ama, naquele exacto segundo em que se ama, tem de se acreditar que é para sempre. Mais: tem de se ter a certeza de que é para sempre. Amar, mesmo que por segundos, mesmo que por instantes, é para sempre. E é isso, essa sensação de segundos ou de minutos ou de dias ou de horas ou de anos ou meses,  que é para sempre. Ama. Ama por inteiro. Ama sem nada pelo meio. Ama, ama, ama, ama. Ama. Porque é só por aquilo que te faz perder a respiração que vale a pena respirar."

Pedro Chagas Freitas

Há uma linha que separa...

Os homens que te dão rosas vermelhas e os que te oferecem rosas brancas.
Os segundos sabem que uma mulher que ame quem lhe dá as rosas prefere as brancas, porque o singificado "sou-te leal e digno de ti" é muito mais profundo do "estou apaixonado por ti"

terça-feira, 28 de agosto de 2012

"Há um momento"

" Há um momento. Há sempre um momento em que a decisão é tão tua como o ar que te enche o peito. Conscientemente escolhes saltar, sentir o sabor salgado da vida renovada e a frescura de um abraço que nada traz de vazio. Há um momento em que te pontapeiam o centro da alma e tudo se vai. Esvazias, como um balão desamparado no céu escuro esquecido das luzes da feira. E não há oxigénio que te valha,
não há molécula que te preencha. Esvazias-te de ti e de tudo e começas de novo. Ou recomeças, depende de onde tenhas encostado a caneta à berma do diário. De régua e esquadro desenhas aquilo que sabes de cor, onde as regras foram esquecidas e nada é certo. Piscas os olhos às luzes fortes e, mais uma vez, entregas-te ao prazer e ao que te faz feliz. Há um momento. Há sempre um momento em que és dona da tua pele e sabes que nunca ninguém seria tão bonito como tu dentro dela." 
Sara Esteves Cardoso

Verdade

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Todas as mulheres têm uma faceta "cabra" e às vezes ela acorda.

Por mais segura que uma mulher seja, em relação a si e ao seu corpo, há sempre a faceta "cabra" que acorda, numa gargalhada interior, quando, por exemplo, tropeçamos em fotos de uma qualquer ex em biquíni e percebemos que, entre outras coisas, lhe faltam tornozelos. E que afinal o nosso cabelo é maravilhoso e que as nossas pernas são esguias e nem podiam ser mais magras. E nos questionamos ('mas que raio de estilo será isto? Deslavado-hippie-pseudo-tentei-ser-chique?')
E a primeira mulher a vir aqui dizer que não, que não tem uma "cabra adormecida" dentro dela está a mentir.
Hoje a minha acordou por momentos...Ahahahahah....

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Gente estúpida com poder nas mãos...

É idiotas como este que ajudam o mundo a andar ao contrário.
E se ele fosse violado? O corpo dele arranjava maneira de lidar bem com isso?

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Escreveu um dia sem saber que a marcava a ferro quente a palavra fado # 6 - pela Norman Diana Mendes

"Vou contar-te uma história. É sobre uma rapariga que vive no meu espelho. Uma rapariga, aparentemente, como qualquer outra. Cabelo loiro, olhos azuis, a maturidade e as cicatrizes que a vida passa quando deixa e, por outro lado, uma ponta de ingenuidade que mora sossegada num recanto do coração, a ingenuidade de quem sabe que o mundo é um lugar infinito e o Amor o único caminho de viajar sobre ele. Essa rapariga vivia ao sabor dos acontecimentos desenrolados, vítima de uma visão sonhadora e idealista da realidade, vítima da crença que o Bem pode existir sozinho e que pode anular o mal, vítima da crença de que toda a gente é pura e boa, no mais íntimo da sua alma. Ela sorria, um sorriso tímido e envergonhado, um leve esboçar de lábios tão ténue que muitos não o viriam, um sorriso melancólico e repleto do sal de uma tristeza interna e encarcerada. A certa altura, sem saber porquê, deixou de acreditar que o Mundo lhe pudesse dar aquilo que realmente desejava, deixou de acreditar em idealismos pouco reais e em mundos inteligíveis, e, pior de tudo, deixou de gostar de si mesma, sem entender o valor que algures pudesse ter. Por isso, vivia em função de momentos felizes, por vezes longos, por vezes fugazes, sem acreditar que a felicidade pudesse existir como um sentimento constante, incessante e permanente. A sua tristeza incrustada vivia vítima de um monstro habitante, o monstro da anorexia. Do ódio e repúdio pelo próprio corpo, dos vómitos voluntários e agonizantes, e da culpa que depois se instalava.
Mas o que te quero mesmo contar é o retorno da história desta rapariga que vive no meu espelho. Um dia, ela viu. Um brilho diferente, uma espécie de áurea crescente, uma doce e inexplicável sensação que a percorria entre as veias, entre o sangue, entre cada mais pequena e microscopia célula do seu corpo. Um dia ela viu o Amor, de calças de ganga e sorriso maroto. Entrava pela porta do café e pela porta do seu coração sem ainda saber, com uma força cheia de energia ainda que ela o tentasse negar a si mesma. Vieram as noites em branco, os suores frios, o nervosismo, a confiança e por vezes a falta dela, o frio na barriga, e tantos outros sintomas desencadeados como uma cascata impulsiva e incontrolável. O Amor entrou-lhe pelo coração de malas e bagagens mas, pela primeira vez, não teve medo. Deixou-se guiar pela corrente mágica e doce desse envolvimento, dessa conjunção irrepetível e única em toda a existência. Olhares tímidos, e conversas de pretexto para uma aproximação tão desejada acabaram por concretizar os seus maiores anseios e as certezas que já tinha (embora ainda não o soubesse reconhecer). Foi descobrindo, como um tesouro luzente, as maravilhas do Amor – o verdadeiro, que só agora havia encontrado. O toque que arrepia, faz suar a pele e provoca electricidade em todo o corpo; o beijo inigualável, percorrendo-a por todo o corpo, salivado de paixão e de desejo, percorrido por carinho; o olhar adocicado de quem diz tudo sem recorrer às palavras; a admiração colossal e o profundo orgulho. Sentiu, verdadeiramente, que não era mais ela mesma; agora, era mais como sempre havia sonhado ser, e foi capaz de olhar para si de forma real. A sua pele seca e insensível fora arrancada, e agora era uma pele mais macia, mais feminina, mais cuidada. O seu olhar triste e calado foi apagado, e substituído por dois círculos de mar, profundamente azuis e expressivos, cheios de vida e de uma profundidade maravilhosa. O seu corpo hediondo e monstruoso sucumbiu, e foi substituído por um corpo delgado, bonito, valorizado e estonteante. E, acima de tudo, o seu coração sem esperança, fechado a quatro chaves e cheio de cicatrizes sofreu um transplante, transformando-se num ninho e numa fonte infinita de Amor, de Felicidade, de Bem-estar, de Bondade, e de uma infinidade de sentimentos apaziguadores e, ao mesmo tempo, arrebatadoramente positivos.
E então a maior mudança deu-se: a rapariga no espelho transformou-se na Mulher que hoje sou. Por ti. Porque tu chegaste, com calma e com carinho, e, pela primeira vez em todo o caminho da minha existência, olhaste para mim, olhaste realmente para mim, para além de tudo o que aparento e de tudo o que é visível no meu exterior; olhaste nos meus olhos e mergulhaste no meu íntimo, sem medo do que lá poderias encontrar, sem receio nem pudor. E, mais importante de tudo, olhaste, descobriste-me, e quiseste ficar. Quiseste ficar no meu coração, de malas e bagagens, que é como quem diz de corpo e alma, cabeça e coração, porque descobriste em mim e no meu coração o teu lar de todos os dias, para toda a vida. E ele foi feito para ti, só para ti, cada recanto, cada lugar, cada milímetro, em toda a sua essência – constituem a casa construída para ti. E é por isso que podes morar nele, neste coração de uma assoalhada, onde todas as veias conduzem o sangue encarnado que pulsa a cada toque teu – porque eu amo-te, com todos os cantos arejados do meu coração."

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

O Amor é Mais Forte

"Os amantes de hoje preferem a droga mais leve, o tabaco mais light ou o café descafeinado. Já ninguém quer ficar pedrado de amor ou sofrer de uma overdose de paixão. As emoções fortes são fracas e as próprias fraquezas revelam-se mais fortes. Os amantes, esses, são igualmente namorados da monotonia e amigos íntimos da disciplina. O que está fora de controlo causa-lhes confusão, e afecta-lhes uma certa zona do cérebro, mas quase nunca lhes toca o coração. O amor devia ser sonhado e devia fazê-los voar; em vez disso é planeado, e quanto muito, fá-los pensar.
Sobre o amor não se tem controlo. É um sentimento que nos domina, que nos sufoca e que nos mata. Depois dá-nos um pouco vida. No amor queremos viver, mas pouco nos importa morrer e estamos sempre dispostos a ir mais além. Deixamo-nos cair em tentação, e não nos livramos do mal, embora procuremos o bem. No amor também se tem fé, mas não se conhecem orações: amamos porque cremos, porque desejamos e porque sabemos que o amor existe. Amamos sem saber se somos amados, e por isso podemos acabar desolados, isolados e deprimidos. Que se lixe! O amor não é justo, não é perfeito; no amor não se declaram sentenças nem se proferem comunicados. O amor prefere ser imprevisível, cheio de riscos e de fogo cruzado. No amor os braços não se cruzam, as palavras não se gastam e os gestos servem para o demonstrar. Amar também é lutar, e enfrentar monstros fabulosos com cabeça de leão, corpo de cabra e cauda de dragão. É uma ilusão, um sonho, um absurdo e uma fantasia. O amor não se entende, não se interpreta, não se discerne nem se traduz. Quem ama acredita, mas não sabe bem porquê, não sabe bem o quê, nem percebe bem como."

Rogério Fernandes, in 'Alterne Activo'

quarta-feira, 1 de agosto de 2012