sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Missing you already

O meu amigo do coração foi-se embora, mudou de vida, de país. Vi-o partir de lágrima no olho. Podia dizer que ele não imagina a falta que me faz, mas sim, ele sabe. É a mesma que lhe faço a ele. Desde miúda que ouço falar em almas gémeas, se elas existirem, se as houver, ele é a minha. Conheço-o desde que me conheço a mim, crescemos juntos. Jogámos á bola, saltámos aos elástico, ficámos com nódoas negras iguais a jogar ao mata e ia-me decapitando a saltar ao alho. Fizemos lanches na "cova dos dinossauros" (um buraco no pinhal), começámos a beber alcóol juntos. Os primeiros cigarros também foram com ele, as primeiras viagens sem adultos. É um irmão, apesar de não partilharmos o mesmo sangue.
Quando me disse que ia embora senti um rasgo no peito e confesso que fui egoísta ao ponto de o tentar dissuadir de ir com a ideia para a frente. Não lhe falei um ou dois dias. Não sabia o que lhe dizer. Na noite antes de ir embora estivemos juntos, com mais um dos metralhas de infância e a noite, depois de já ter sido regada a sopa de champanghe e imperiais no Bairro, acabou num abraço a três, seis olhos a tentar segurar as lágrimas. Caíram assim que viraste costas. Fazes-me falta.
Não precisamos de falar, basta-nos olhar um para o outro. Não precisamos de máscaras, somos completamente livres, nós, sem merdas, sem julgamentos, sem receios, em todas as conversas. Usamos uma linguagem nossa que mais ninguém usaria sem a levar a mal. Nada do que fazemos, e falo nos segredos mais podres, é desconhecido ao outro. Unha com carne, irmãos do coração, irmãos por opção. Amo-te e tenho muitas saudades tuas, apesar de falarmos quase todos os dias. Faz-me falta o abraço, o xoxo, a chamada tardia "foda-se estou aborrecida(o) de tar em casa, bora ao bairro?". As gargalhadas, as confissões difíceis. As noites de "lócura", o agir sem amarras, as horas em que falamos mal da vida, dos amores, dos desamores, o sermos o diário um do outro. Fazes-me falta Dinis.

9 comentários:

Anónimo disse...

Nada é fácil nesta vida! Escolhas são tomadas e nem sempre as mais preciadas, nem mesmo por nós próprios, mas têm de ser feitas...
Sabes que eu também te adoro e estás no meu coração!!! Realmente não existe mais ninguém que eu possa dizer "esta pessoa compreende e sabe do que eu estou a falar"... Muitas loucuras fizemos juntos desde que nos conhecemos, muitas bebedeiras, muitas conversas, muita choradeira (neste caso mais eu que tu...), muitas outras coisas foram partilhadas. Ainda bem que nos conhecemos e espero por muitos mais anos! Falamos frequentemente mas há muita coisa que faz falta e uma delas, a mais importante, é a presença das pessoas que gostamos, com quem nos identificamos, que nos compreendem... O último dia foi o mais custoso... Rimos, saltámos, bebemos o nosso copo, conversámos mas à despedida custou conter as lágrimas de um até breve, todos foram fortes mas confesso que me desfiz logo que as costas foram voltadas... Dói-me ter de estar longe de ti... dói-me estar longe dos outros "magníficos"... dói o facto de não saber quando poderei estar aí novamente...
Sabemos que isto não é de todo um adeus, é apenas o habitual "até breve!" que dizemos quando nos despedimos num final de um café com um amigo sabendo que o veremos na semana seguinte...

S* disse...

Infelizmente as pessoas acabam por tomar rumos diferentes... mas isso não é necessariamente mau. Vais ver que continuam unidos. Irmãos nunca se separam. ;)

Coffee Taste disse...

Vão se lixar os dois, tá bem? Agora choro eu... A vossa amizade é preciosa.

beijos ao dois

Lua Escondida* disse...

Que bonito =')

Laetitia disse...

A vida tem destas coisas. Mas custa sempre mais para quem fica do que para quem vai...

ninguém disse...

É muito bom ter um amigo assim, mesmo que ele agora esteja longe por tempo indefinido... uma amizade assim é tão rara =) eu acho que têm os dois muita sorte. Mesmo com esta vírgula pelo meio.
Beijinhos

Rosa Cueca disse...

Boa sorte Dinis :)

Quanto à Pipoquinha, minha menina, é infrutífero dizer o que quer que seja. Dos amigos do peito só nós sabemos a falta que nos fazem, a vontade de um abraço "daqueles", nem que seja partilhar um silêncio.
Fica a saudade, a baba, o ranho e uma flute de champanhe, para brindar à felicidade dos amigos.

Miss Complicações disse...

Quando vamos ter com o gajo (lolll olha eu a marcar coisas entre duas almas que nem têm tempo para coçar micose...)

Beijokas

Pipoca dos Saltos Altos disse...

@Anónimo Dinis,
Tu não me metas a chorar! Começa a arranjar-me aí uma caminha que estou a pensar ir ter contigo entretanto!

@Marta,
Sabes como sou piegas com os meus amigos, sabes como sou contigo :)

@Cueca e Miss,

Bora ter com o Denis?