Ontem fui sair com amigas, com aquelas amigas com quem até podemos passar um mês sem falar, mas nos reencontros, pelas conversas, pelas gargalhadas fáceis, parece que estivemos juntas na noite anterior.
Depois de um jantar regado a sangria no Bairro Alto e de uma breve passagem numa festa “undergroud” muito atípica para mim, uma vez que acontecia no parque de estacionamento do Parque Eduardo VII, onde estava o quiduxo do Nuno Lopes a meter música a quem fomos dar um beijinho, fomos até ao Twins.
Sempre que se sai de casa, até porque Lisboa é mesmo um T0, sabemos que corremos o risco de encontrar pessoas conhecidas, o que me faz perguntar o que leva alguém a ir encornar a namorada para uma discoteca da moda.
Dei de caras com um amigo do meu ex. Não um daqueles amigos do peito, mas uma pessoas que por afinidade lhe é próxima. Reparei que estava com uma gaja que não era a suposta, mas não dei muita importância. Como já escrevi acima, o jantar tinha sido regado. Pensei… ‘bem, esta gaja deve estar no grupo e estão aqui sozinhos porque é a área de fumo, ou vieram ao bar’. Não teria dado a importância que agora me leva a escrever este post, se quando ele me veio cumprimentar a gaja (oficiosa) não me tivesse mandado umas trombas do caraças. Olhou-me de alto a baixo, com uma expressão que em palavras seria “Sim, ele está comigo e sou possessiva (mesmo com o que não é meu) e não quero que se aproximem”. Não fui indelicada, não fiz perguntas. Até porque podia perguntar como estão a mulher e o filho bebé, mas não, nada perguntei, até porque percebi logo o que se estava a passar.
Sem qualquer tipo de pudor, o parvalhão traidor, em vez de ir para uma zona da discoteca mais recatada, para o outro lado da pista, em vez de tentar disfarçar ficou ali o tempo todo. “Perdido por cem perdido por mil”? Não, foi a curiosidade que o moveu. Parece que a minha vida continua a ser alvo de muita curiosidade e o facto de eu estar na discoteca com amigas giras e na conversa com pessoas daquelas que aparecem na televisão, ou famosas por saberem jogar à bola, foi motivo suficiente para o palerma que estava a trair a mulher ficasse ali, a tentar perceber conversas e a sorrir de vez em quando na nossa direcção.
Foi a curiosidade e excesso de confiança. Deve ter pensado qualquer coisa como: “Eles acabaram nem se devem falar logo ela não lhe vai contar que me apanhou com a boca na botija”. “Estou à vontadinha, ela conhece muito bem a minha mulher mas se a encontrar no shopping não lhe vai dizer que me apanhou a encorná-la”. Pode estar errado, pode muito bem estar errado.
Para rematar a parvoíce desmesurada que já tinha provado naquele par de horas, o senhor, ao ir embora com a “amante”, provavelmente consumar mais uma queca “proibida”, fez questão de ao passar por mim provocar contacto físico. Não, ele não me pôs a mão nas costas, nem no ombro, que são os locais casuais onde tocamos as pessoas quando as cumprimentamos. Passou-me a mão na barriga, surpreendendo-me por sentir a mão dele directamente na minha pele junto ao umbigo. Para quê, porquê? Pois, pergunto o mesmo. Achou que provocando alguma intimidade eu acharia que ele era um querido e que simpatizava muito comigo o que me impediria de o achar um grande cabrão? De não contar a ninguém o seu "segredo"? Pensou que uma vez que eu já não estou com o amigo dele não teria mal passar-me a “mão no pêlo”?
Quando mais conheço os homens mais gosto de cães. Esses são sempre fiéis…