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Há um momento. Há sempre um momento em que a decisão é tão tua como o
ar que te enche o peito. Conscientemente escolhes saltar, sentir o sabor
salgado da vida renovada e a frescura de um abraço que nada traz de
vazio. Há um momento em que te pontapeiam o centro da alma e tudo
se vai. Esvazias, como um balão desamparado no céu escuro esquecido das
luzes da feira. E não há oxigénio que te valha,
não há molécula que te preencha. Esvazias-te de ti e de tudo e começas de novo. Ou recomeças, depende de onde tenhas encostado a caneta à berma do diário. De régua e esquadro desenhas aquilo que sabes de cor, onde as regras foram esquecidas e nada é certo. Piscas os olhos às luzes fortes e, mais uma vez, entregas-te ao prazer e ao que te faz feliz. Há um momento. Há sempre um momento em que és dona da tua pele e sabes que nunca ninguém seria tão bonito como tu dentro dela."
não há molécula que te preencha. Esvazias-te de ti e de tudo e começas de novo. Ou recomeças, depende de onde tenhas encostado a caneta à berma do diário. De régua e esquadro desenhas aquilo que sabes de cor, onde as regras foram esquecidas e nada é certo. Piscas os olhos às luzes fortes e, mais uma vez, entregas-te ao prazer e ao que te faz feliz. Há um momento. Há sempre um momento em que és dona da tua pele e sabes que nunca ninguém seria tão bonito como tu dentro dela."
Sara Esteves Cardoso
2 comentários:
Que lindo!
Aprendemos a amar-nos.
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