"Adoro-te é estranho. Adoro-te é uma daquelas coisas que dizemos e que me soa sempre como se devesse seguir-se um “mas…”. Quero dizer, ou se gosta, ou se ama, não é mais ou menos isto? Tem de haver um meio termo? Quantifica-se o quanto se gosta? Alguém pensa ”ora deixa cá ver… numa escala de gosto a amo-te… eu adoro-te!”. Eu não consigo dizer “adoro-te”. Consigo dizer “gosto de ti”, ou “gosto muito de ti”, ou “amo-te”… mas “adoro-te”? Adoro-te é o que dizemos quando queremos dizer que gostamos muito da pessoa, mas ainda não a amamos. Quando ela significa muito para nós e não chega um “gosto” que usamos para exprimir as coisas que apenas apreciamos, como a comida ou um cheiro, mas quando ela ainda não significa o suficiente para que possamos dizer que a amamos. Ou quando gostamos realmente da pessoa, mas na verdade ainda amamos outra. Adorar, adora-se chocolate, adora-se filmes, adora-se músicas, adora-se sítios, adora-se deuses. Não devíamos adorar pessoas. Devíamos só gostar delas, muito, pouco, assim-assim, ou só amá-las, imenso. Eu não me imagino a adorar alguém. Pronto."
Podem ler a Sofia aqui.
ainda alguém lê blogues?
Há 1 dia
4 comentários:
Já eu amo a palavra adoro-te... Acho que é carregada de sentimento verdadeira, considerando que por vezes o amo-te soa automático, necessário, exigido e não sentido. Sensações...
Bem, adorei esta resposta e fez-me pensar. Só podia mesmo ser da Sofia =))
Adorar só se adora Deus! o resto ama-se!
És uma querida, Pipoca :)*
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