Como explicar que eu soube, naquele momento em que o meu coração saltou uma batida, que o rapaz de doze anos, parado à minha frente, mudaria a minha vida para sempre? Como explicar que, com apenas dez anos, no fundo daqueles olhos de mar, eu vi as marcas que um grande – o maior – amor iriam fazer na minha vida?
Quando cinco anos mais tarde o reencontrei, agora como colega de turma, o meu coração voltou a saltar uma batida. Expectativa, ansiedade de ir para a escola para me sentar perto dele, de me rir das suas piadas, de sentir o seu cheiro, El Charro, de olhar para o infinito do seu azul e pedir muito, em silêncio, “gosta de mim”. Pediu-me para ser sua namorada, mas eu sempre soube que não o fazia por amor, mas pela amizade que nos unia. Mesmo assim aceitei, claro. Como poderia eu recusar a oportunidade de o tornar meu? De beijar aquela boca com sabor a chupa-chupa de limão? Foi o meu primeiro namorado. E o meu primeiro desgosto.
Nunca o esqueci. Durante os sete anos seguintes namorámos com outras pessoas e eu continuei a saber, não sei explicar como, que haveria um reencontro. E houve.
Há nove anos que, todos os dias, quando chego a casa e o vejo, o meu coração salta uma batida. Continuo a saber, não sei explicar como, que é para sempre, que tinha de ser assim, que somos um do outro."
Este texto é fabuloso! Obrigada Bolachas!!!!
2 comentários:
Lindíssimo. A história que todos nós gostaríamos de viver*
Obrigada pela oportunidade Pipoca.
Enviar um comentário